PCamp23 e um olhar pro mercado de Produto em 2024

No começo de dezembro de 2023, parte do time da Labcodes participou da Product Camp, conhecido por ser o maior evento de Product Management da América Latina. Tivemos a oportunidade de reencontrar amigos e parceiros de projetos prévios, ouvir especialistas de diversas áreas e trocar muitas ideias em dois dias de aprendizado e networking.

O lema da PCamp23, Leaner, Better, Faster, Stronger resume bem o que escutávamos em todas as conversas e palestras: o mercado clama por otimização e entrega de valor a curto prazo. E, no cenário de constantes mudanças que vivemos, isso só pode acontecer se "falhamos” o quanto antes, para evoluir mais rápido em busca de um produto “mais forte”.

Management, Negócios & Inovação, Discovery & UX, Estratégia e Liderança, Marketing & Growth eram alguns dos temas do universo de Produto explorados nas 34 palestras. Como as palestras eram simultâneas, nosso time se dividiu pelo evento em busca das áreas de interesse individual para entender os caminhos e tendências que podemos esperar de 2024. Aqui listamos alguns dos tópicos que chamaram a atenção dos labcoders.

Integrantes do nossos times de Desenvolvimento, Design e Vendas. Da esquerda para a direita: José Carlos Menezes, Fernando Lins, Débora Correia, Juliana Barros Lima, Maryna Moraes, Breno Chamie e Tomaz Alencar.

Fernando - Oferta estratégica de serviço

No evento, tivemos contato com parceiros de projetos anteriores do Grupo Boticário, que estava participando do quadro de palestras. Com o reencontro em meio aos momentos de networking e a lembrança dos feedbacks que recebemos quando o Grupo era nosso cliente, a reflexão mais marcante foi: Como oferecer e realizar nosso serviço de maneira mais estratégica e de mais valor?

Enquanto prestadores de serviço, uma grande barreira que encontramos é a ideia recorrente de que há um conflito de interesses e que um time de fora não vai se preocupar tanto com o produto quanto um time interno do cliente.

Confira nosso blogpost que visa desmistificar algumas dessas questões:
É melhor criar um próprio sistema ou usar o que já existe no mercado?

Alguns insights que tiramos das conversas no PCamp23 para melhorar nossos processos foram:

Mudar/consolidar a forma de trabalho – principalmente dos nossos desenvolvedores – para não entregar apenas código, mas pensar no produto como um todo e colaborar com Product Owners (PO) e Product Managers (PM) para ter mais entregas de valor;
[Na venda dos nossos serviços] Reforçar que somos uma empresa que quer estar por dentro de toda a operação e que é do nosso interesse ajudar o cliente a crescer e tornar seu produto bem sucedido;
Buscar e nos apresentar para clientes que estejam alinhados com o nosso propósito;
Metrificar e validar dados, visando o crescimento e focando no consumidor final.

Jules - Coleta de dados e crescimento

Leah Tharin (esq.) e Laura Krieger (dir.).

Apesar de diferentes abordagens no tema de Gerenciamento de Produto e em temas correlatos, o tópico mais recorrente – e que acabou sendo foco das keynotes (palestras de abertura e encerramento) – foi a necessidade de coleta e análise de dados dos produtos com foco em Growth (Crescimento) para definição do roadmap do produto.

A primeira keynote era Laura Krieger, advocate da Mixpanel, uma das patrocinadoras do evento e uma das maiores empresas de métricas de produto do mercado. Ela mostrou a importância de saber analisar e quais dados devem ser coletados, além de ressaltar que Product Managers (PMs) devem traçar estratégias de coleta. Um exemplo: definir as queries de pesquisa e analisar esses dados para apresentar à equipe através de dashboards com resultados que podem se tornar Roadmap Inputs.

Já na última apresentação da conferência, Leah Tharin mostrou a importância dos dados para o crescimento do projeto, atentando-se aos pontos de interação da pessoa usuária com o produto. Ela exemplificou como descobrir – a partir de uma análise consistente dos dados – outras formas de desenhar diferenciais do produto em relação à concorrência. Em resumo, um desenvolvimento de produto orientado por dados pode ajudar bastante a resolver problemas de UX e de (re)definição da jornada da pessoa usuária.

Menções honrosas:

Método Shape Up como ferramenta de Discovery (Descoberta do Produto) alinhada ao Kanban e um time de PM multidisciplinar;
Equipes de Engenharia de Dados e de Ciência de Dados para auxiliar a coletar dados do produto;
Times de Produtos de Dados: entregam valor na descentralização e automação de queries de busca em bancos de dados;
Conceito de Data Design: usar dados para comunicação entre equipes e durante construção do produto;
O cenário socioeconômico atual pede foco em eficiência aliada à análise de dados;
Direcionar esforços na jornada com base clara e estabelecida do posicionamento do produto;
Desenvolvimento técnico de equipes de PM requer tempo mas o retorno de qualidade é maior: estima-se 6 meses para integrar-se ao ritmo de atividades e cerca de 18 meses para consolidação através de perfomance consistente;
Importância da diversidade em equipes de PM e sub-representação de pessoas negras e neurodiversas.

Maryna - Mudanças e o design orientado por dados

Thays Bueno (esq.) e Lucian Fialho (dir.).

O PCamp23 foi composto por muitas palestras simultâneas, mas duas que chamaram bastante atenção foram dos concorridos "aquários” (salas menores para até 20 pessoas) da Product Minds.

A primeira, Gestão da mudança: como sobreviver às incertezas e prosperar na área de produtos, palestrada por Thays Bueno (Head de produtos na Raizen), abriu uma conversa bem estimulante. Ela nos fez lembrar que a mudança é a única constância da vida e que deveríamos focar no que conseguimos controlar. Isso trouxe um novo olhar para decisões que podemos tomar nas nossas carreiras para melhorarmos como profissionais.

A segunda foi apresentada por Lucian Fialho, CTO do Métrica Boss. Foi interessante ver como um blog de métricas se tornou referência e hoje tem uma cartela vasta de clientes e projetos. Lucian falou um pouco sobre os momentos certos de inserir dados no processo e como devemos trabalhar com foco no negócio. Também deu dicas para fazer as perguntas certas, olhando para a jornada do usuário e, assim, colher bons dados e trabalhar de forma mais assertiva.

Muitas questões surgem ao pensar em como inserir o estudo de dados na cultura do negócio do cliente ou como – junto ao time de desenvolvimento – desenvolver features que, já no processo de Design, possam promover eventos e parâmetros para a colheita futura dessas métricas. De modo geral, nesses dois dias de troca, o que ficou ressoando em mim foi: Como designer, como posso melhorar meu trabalho baseado em dados?

Zé - Investimento e expectativa

Uma palestra bastante interessante foi a Seus times se pagam?, ministrada por Sérgio Ciglione. Um excelente lembrete de como é necessário estar atento ao retorno dos investimentos quando estamos construindo produtos. Tudo tem custo e expectativas, então, é preciso acompanhar – em todas as etapas – o valor que estamos trazendo para o negócio, sem esquecer o que é esperado de nós. Dessa forma, podemos nos antecipar para tentar influenciar nesse retorno de maneira mais enérgica, antes que cortes inesperados aconteçam.

Uma squad pode estar trazendo alguma receita, mas será que é suficiente pra justificar o custo de manter esse time? Não dá pra ficarmos obcecados em adicionar novas funcionalidades e não considerar que a fonte de dinheiro (seja por financiamento ou capital próprio) pode secar. Precisamos buscar um equilíbrio entre apostar numa potencial evolução no produto e atender às demandas das expectativas de quem investe.

Plateia do keynote do segundo dia da PCamp23.

Você participou da PCamp23? Trocamos ideias? Compartilha com a gente como foi a sua experiência! Em 2024, esperamos nos reencontrar por lá e ver o quanto nossas expectativas se alinharam com o mercado de Produto. Até lá!